Pesquisa

Grupo de Estudos teoria do valor trabalho

Em contexto de enorme avanço das forças produtivas do trabalho com a chamada quarta revolução industrial, e a consequente complexificação que se coloca aos pensadores do trabalho - com as análises dos trabalhos digitais, virtuais e trabalhos por plataforma, além, é claro, do mercado de dados e controle sobre o trabalho -, o grupo de estudos busca recuperar teorias e leis fundamentais da tradição marxiana.

O grupo pretende realizar um estudo aprofundando da atualidade da teoria social de Marx, em especial, a teoria do valor, o estranhamento, a Lei geral da acumulação capitalista, subsunção real e formal do trabalho ao capital e a assim chamada acumulação primitiva para buscar elucidar fenômenos do mundo do trabalho perpetrado por novas tecnologias digitais de comunicação e informação (TDCI).

A partir da consideração de Marx (1996) “Não é o que se faz, mas como, com que meios de trabalho se faz, é o que distingue as épocas econômicas. Os meios de trabalho não são só medidores do grau de desenvolvimento da força de trabalho humana, mas também indicadores das condições sociais nas quais se trabalha” (p.299) buscamos defender que os fenômenos em cena expressam um novo momento da velha forma de produzir mais valor, pautada em uma lógica de dominação abstrata.

Ao fim, o objetivo é instrumentalizar discentes e técnicos à análise dos fenômenos observados no cotidiano.

Como metodologia temos encontros quinzenais de forma presencial para a leitura e discussão de textos previamente determinados. Atualmente estamos trabalhando o Estranhamento nos Maniscritos econômico-filosóficos

 

Pesquisas

As pesquisas vinculadas ao grupo compõem um projeto ampliado de análise dos fenômenos sociais do trabalho que se expressam com o avanço das forças produtivas em tempo de quarta revolução industrial. No campo da teoria social, o que se busca é apontar o estranhamento como categoria central de análise dos fenômenos de aprofundamento da subsunção real do trabalho ao capital. Aprofundamento este que seria tão maior quanto mais complexa a divisão social do trabalho. Disso depreende-se a análises das expressões do fenômeno desde orientações dos organismos internacionais como Banco Mundial, até os impactos direto dessas tecnologias sobre o trabalho e a Saúde das trabalhadoras e trabalhadores.

Com esse intuito o grupo articula-se na orientação de pesquisas de Iniciação Científica (IC), orientações de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação e participação em pesquisa em outras instituições.

 

- 13/2023/PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E INOVAÇÃO/UFOP

Título: Novas tecnologias nos processos de trabalho de assistentes sociais de Mariana/MG

Resumo: Com os avanços tecnológicos e comunicacionais vividos a partir da terceira reestruturação produtiva capitalista, tivemos algumas mudanças nos processos de trabalho. Com a pandemia de Covid-19 e o necessário isolamento social, houve uma aceleração na implementação dessas tecnologias, que tendem a se tornar regra para muitos espaços de trabalho, em muitos destes casos, as assistentes sociais tiveram que inserir no seu cotidiano profissional instrumentos de trabalho sem treinamento prévio, seja no campo técnico ou ético. Este estudo propõe uma análise conjuntural da utilização dessas novas tecnologias no trabalho das assistentes sociais, seu potencial de contribuição nestes processos de trabalho e também os desafios éticos que se colocam para as profissionais.

Bolsista: Milena Oliveira Amorim

 

- 12/2023/PROGRAMA DE INICIAÇÃO À PESQUISA - 2º SEMESTRE

Título: Racismo na era digital: desafios e impactos das novas tecnologias diante dos processos de trabalho e da luta de classes no debate marxista

Resumo: Com o processo de estabelecimento das mudanças que vêm ocorrendo no mundo do trabalho na chamada indústria 4.0 associado com o necessário isolamento social vivido em contexto de pandemia de Covid-19, houve uma aceleração na implementação dessas tecnologias, que já se tornam regra para muitos espaços de trabalho. À medida que essas mudanças podem representar significativo impacto positivo no lucro das empresas e intensificação para o trabalho, torna-se candente a análise deste cenário. Considerando ainda que a questão étnico-racial engloba os processos de trabalho, torna uma necessidade brasileira discorrer acerca dessas mudanças que reproduzem a desigualdade sob essas novas ferramentas que, ao fim e ao cabo, mantém o processo racista da formação social brasileira. Para isso, partimos da compreensão de que a tecnologia não é neutra, o treinamento de Inteligência Artificial (IAs) utilizando mineração de dados produzidos no cotidiano responde também, e principalmente, às dinâmicas econômicas. Neste sentido, este estudo propõe uma análise bibliográfica das determinantes do processo de estabelecimento da indústria 4.0 no país e da reprodução do racismo estrutural a partir destas tecnologias.

Bolsista: Maria Alice Silva Santos Félix

 

- 09/2022/PROGRAMA DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA FAPEMIG

Título: Capitalismo de vigilância e consciência de classe

Resumo: Com os avanços tecnológicos e comunicacionais vividos a partir da terceira reestruturação produtiva capitalista, tivemos algumas mudanças nos processos de trabalho e também na sociabilidade, que se torna cada vez mais permeada de tecnologias comunicacionais. O consumo dessas tecnologias reverbera na produção de um enorme volume de dados sobre o usuário permitindo às grandes corporações direcionar informações conforme o perfil de cada um, subsumindo do alcance uma significativa parte da informação e do conhecimento buscados quer dizer, nosso comportamento digital permite que se gere um grande volume de dados que são propriedade privada das grandes corporações de tecnologia. Com a pandemia de Covid-19 e o necessário isolamento social, nossa presença digital se intensificou com os home office e outras práticas de trabalho e lazer online. Este estudo propõe uma análise desta conjuntura de vigilância pela utilização de novas tecnologias digitais de comunicação e informação, seu potencial de contribuição na formação ou deformação da consciência de classe dos trabalhadores.

Bolsista: Luiza de Almeida Dornas